É o grito no meio da rua
Da mulher pálida e quase nua
É o grito!
É a sirene insonora
Anunciando a toda hora
Nas manchetes dos jornais
Nos murmúrios, nos bairros, nas esquinas
Comercialisada nos canais
É também o menino entorpecido
Carente e franzino
Vendo-a passar
Convivendo com ela
Sem percebe-la
É da nossa conta que já tá pra estourar
A mulher gritando no meio da rua
Por todo lado
E a multidão que circula
Enxergando sem vê-la
Faminta e quase nua.